domingo, 27 de julho de 2014

É tudo tão fácil mais tão vazio.
Meu sorriso fácil esconde a incerteza presente em minha alma.
É como viver em uma peça sem saber exatamente do que ela fala ou se realmente fala sobre algo.
E se fala, será que pode explicar o porque de eu ter um sorriso se carrego uma tristeza sem motivo?
E por qual motivo estou aqui se na verdade o que eu queria não está.
Ou está mais simplesmente desconheço, não enxergo.
Na realidade, não me enxergo.
É tudo vazio.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Tudo em seu lugar

Exaustão.
Nada me cabe, nada me serve, tudo parece apertado, estranho, diferente.
Estranho porque até ontem me servia, era a minha vida afinal.
Me via ali, pertencia a tudo, era como minha roupa favorita.
Mais de repente, acordei e não sei se acordei diferente ou se era tudo diferente.
Acordei sufocada, como se estivesse em um quarto fechado sem ar, sem luz, sem nada.
Tentei me adaptar afinal se eu estava ali era porque eu tinha que estar ali certo?
Não... Não tão certo assim.
Cresci e acabei ficando maior que o quartinho escuro, não que seja um lugar ruim, apesar da descrição que dei, ele não é ruim, ao contrário, ele até pode ser bem grande e trazer luz para outros e talvez até para o eu de anos atrás, mais agora simplesmente não me cabe mais.
Cresci demais e o espaço, o ar e a luz desse lugar não é mais suficiente.
Grande demais para estar ali, porém pequena demais pra saber para onde ir.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Sempre


A ferida permanece
Permanece profunda
Profunda e dolorida
Dolorida como teu amor
Amor teu que de fato nunca existiu
Nunca existiu e feriu
Feriu como se sempre existisse
Existe então desde sempre
Sempre que passou a existir desde você.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Renascida


Os dias passam,
o mundo parece insistir em se acomodar em cima dos meus ombros.
Caminho sem pressa porque não sei aonde quero chegar.
Não importa o pensamento teu nome sempre o invade,
o rasga e o destrói.
A força que tenho já deixou de ser compatível com o peso que carrego,
mais tudo bem,
nem isso me incomoda mais.
Eu ia reclamar da dor, dizer que não aguento mais.
Só que nada mais me dói.
Pra falar a verdade, já não sinto nada.
Não há distração capaz de me distrair, não há mais amor capaz de me cativar.
Já não há nada mais.
Não enxergo verdade em quase ninguém.
Ás vezes não enxergo nem em mim.
Não existe razão
muito menos emoção.
Minha alma se perdeu em uma rua qualquer
e sinceramente,
não acredito que seja possível encontrá-la.
E mesmo com tudo,
a voz que ecoa em minhas veias não se calou.
Eu morri.
Mas nasci no segundo seguinte.
De uma forma estranha
o nada em que me afundei,
acabou me despertando.
Despertei, assim sem nada.
Mas com a certeza de que estou mais viva do que jamais estive.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Felicidade?

Chegou a hora.
Você tem que deixar ir.
Se deixar.
O obscuro você já conheceu
Então por quê o medo de conhecer a luz?
Você já sabe como é cair
Então por quê agora tem medo de voar?
Viveu no abismo
Aprendeu a lidar com ele
E saiu de lá.
Mas agora olha pra baixo
Porque desaprendeu a viver no alto.
Pedia tanto por felicidade e liberdade
E agora que consegue vê-las
Chora por não conseguir se soltar
Do medo de viver o que pediu.
O improvável aconteceu,
O presente te sorri
E você lhe dá as costas
Porquê se tornou pequeno demais pra
Aceitar que o destino pode ter lhe reservado algo bom.
Pare para pensar:

Antes você culpava a vida por não ser feliz e agora vai deixar a vida te culpar pro resto dos dias por você não aceitar ser feliz?

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Confissão


Querer tanto a ponto de não se querer mais.
Se perder por tanto querer se encontrar.
Tudo está certo?
Tudo está errado?
Não enxergo mais.
Não sei até que ponto o que vejo é real.
Na verdade,
Nunca soube definir o que existe
Do que eu queria que existisse.
Ou o que existe
Mas eu não enxergo
Por achar que não mereço.
Ou mereço e não aceito.
Aceitar.
Aceito quase tudo que vem dos outros.
Aceito por gostar,
Ou por achar que aceitando vou estar me aceitando.
Tenho o dom de ouvir.
Mas só queria sentir em mim mesma
A segurança que todos dizem que sentem em mim.
Queria conseguir ver a pessoa que os outros dizem que vêem em mim.
Isso é real?
Alguém realmente consegue me enxergar?
Eu já não consigo mais, ou nunca consegui.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Incerto.


Tudo é vago.
Tenho certezas absolutas que desmoronam em um segundo.
E medos dolorosos que se arrastam a meses.
Olho para trás e vejo tudo o que era
Será que você ainda vê isso?
Não, não vê
Você mudou.
Mais ai que tá:
Nós todos mudamos.
Não, espere um momento
Você ainda vê sim,
Claro que vê.
Seus olhos ainda brilham quando você está lá em cima
Olhando para cada um de nós.
Seu sorriso ainda está aqui
E sim,
Ele é como o de antigamente.
Você é o mesmo que antigamente.
Mais então o que mudou?
Porquê tudo isso?
Da onde surgiram essas dúvidas?
Aliás da onde surgiu esse medo que nos consome?
Você deixou ele surgir?
Nós deixamos ele surgir?
Ou será que tudo está no fim
E nem você e nem nós conseguimos admitir?
Ou não,
O fim não existe.
Nós estamos mergulhados no abismo da incerteza
E estamos enxergando o que não existe.
A luz que existe lá no fim
Está cada vez mais distante.
E não sei se é possível
Desaprender pra voltar a ser como era antes.


(dedicados a todos que sentem o que eu estou sentindo, dedicados a todos da "#fnx")